Seminário 5G: Benchmarking Internacional

Evento do Ministério da Economia abordará a experiência internacional de implantação da nova tecnologia 5G.

A introdução da tecnologia 5G na telefonia móvel promete trazer mudanças consideráveis no mercado de telecomunicações pela alta capacidade de transmissão de dados, pela baixa latência e pelo maior número de conexões permitidas por km2 proporcionado por este novo marco do mercado de telecomunicações. Mais do que benefícios para os consumidores brasileiros, as redes 5G prometem alterar paradigmas de diversos setores econômicos, proporcionando ganhos de escala, produtividade e competitividade para as empresas. Os mais conhecidos, e que já estão sendo implementados em alguns países, são as comunicações máquina-máquina para equipamentos industriais de manufatura avançada (IoT), soluções digitais para produção agrícola, conectividade para cidades inteligentes, veículos autônomos, etc. Tudo isso exigirá não apenas investimentos em hardware (estações rádio-base e outros equipamentos de rede) mas também em software. Isso porque a introdução do 5G incrementará a virtualização das redes de telecomunicações, processo que já vinha se configurando no ambiente 4G e agora deverá ser alavancado sobremaneira, ampliando a demanda por aplicativos digitais a serem adotados nas bordas da rede de acesso.

Diversas consultorias e empresas do setor estão estimando o tamanho deste mercado global e sua influência na economia como um todo. Estudo da Qualcomm aponta que, em 2035, o 5G será determinante para a produção de US$ 13,2 trilhões em produtos e serviços ao redor do mundo. A entidade GSMA calcula que em 2025 haverá 1,7 bilhão de dispositivos conectados a estas redes, sendo 7% na América Latina. Até 2035, preveem Nokia e Omdia, o 5G terá um impacto no Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 1,216 trilhão e um aumento de produtividade no Brasil de US$ 3,08 trilhões. Os setores mais positivamente impactados serão: TIC (US$ 241 bilhões), Governo (US$ 189 bilhões), Manufatura (US$ 181 bilhões), Serviços (US$ 152 bilhões), Varejo (US$ 88 bilhões), Agricultura (US$ 77 bilhões) e Mineração (US$ 48,6 bilhões).

Relativamente equacionada do ponto-de-vista da infraestrutura, com empresas de telefonia móvel preparando investimentos bilionários para implantar as novas redes a partir do leilão a ser promovido no final do primeiro semestre de 2021, não se sabe ao certo se o Brasil terá condições de suprir a lacuna de desenvolvimento de aplicações para este ecossistema. Ao mesmo tempo, pairam dúvidas sobre a real demanda para tais soluções e como a nova tecnologia realmente impactará toda esta cadeia de valor em formação.

Identificar quais os setores econômicos seriam os principais alavancadores deste novo nicho é foco de uma investigação preliminar que o Ministério da Economia vem desenvolvendo. Fomentar este ator (desenvolvedores de aplicativos e de sistemas de TI) da cadeia, estimulando a oferta de soluções acessíveis, customizadas e de baixo custo, pode atrair indústrias a conectarem suas plantas industriais, empresas agrícolas a digitalizarem seus mecanismos de produção e obtenção de dados no campo, prefeituras a criarem cidades inteligentes e muitos outros setores da economia nacional.

Com isso, mais do que a conexão ultraveloz, a interligação de milhares de dispositivos e a precisão no tempo de resposta de comandos, o País terá condição de desenvolver soluções para transformar em informação e conhecimento o número gigantesco de dados coletados e que ajudarão na tomada de decisão por parte de empresários, governantes e produtores agrícolas. Quais os fatores estruturantes da camada de aplicações que impedem ou retardam a implementação destas aplicações por parte das empresas será outra lacuna a ser preenchida pelos estudos.

Dentro deste contexto, a Subsecretaria de Inovação e Transformação Digital (SIN), da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade (SEPEC), do Ministério da Economia (ME), vem realizando um projeto com o PNUD, apoiado pela consultoria Deloitte, que se propõe a mapear o ecossistema de inovação da tecnologia de serviços móveis 5G no Brasil e indicar recomendações para o Poder Público fomentar este novo ambiente de negócios do mercado de telecomunicações e software. O projeto iniciou em Julho e se estenderá até Janeiro de 2022.

Como forma de divulgação do primeiro produto do trabalho, o Ministério da Economia irá realizar um webinar para discutir seus achados. Trata-se de um benchmarking internacional mostrando a realidade de implantação da nova tecnologia em 12 países (China, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos, Israel, Colômbia, Suécia, Rússia, Índia, Alemanha, Reino Unido e Irlanda). O evento irá se realizar em 26/10 (terça-feira), das 14h30 às 16h, no Canal do Ministério da Economia no Youtube (https://www.youtube.com/c/MPStreaming) e apresentará o benchmarking internacional analisando as políticas públicas para o desenvolvimento da tecnologia 5G nos países citados.

O debate contará com as presenças de representantes do ME, PNUD, consultoria Deloitte, Qualcomm e C4IR e contará com a mediação do Diretor Editorial de Teletime, Samuel Possebon. O evento será transmitido pelo Canal do Ministério no Youtube e será totalmente gratuito e aberto à audiência.